quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Saudades

Quatro ou mais toques. Caixa postal. Droga, eu queria falar com você. Eu sei que te vi há algumas horas atrás, mas me bateu uma puta saudade. Era mais pra ouvir a sua voz, nesse timbre que me acalma e me faz pensar no futuro. Click, telefone fechado. Cara de broa, tristeza. Não tristeza de quem está à milhas de distância e sente saudades. Tristeza de quem viu a pouco, mas não sentiu ser o suficiente. Grude? Nenhum um pouco. Amor mesmo, vontade de ver, ouvir, sentir.

Quatro ou mais toques. Já sei, já sei. Não me adianta em nada gravar esta mensagem, não é a minha voz que eu quero ouvir. Pensar, refletir, deixar estar. Coisa mais esquisita, esse sufoco momentâneo que parece que não vou te ver nunca mais. Grude? Não porra! É só... Saudade de quem viu a pouco e ainda não se deu por satisfeito, ainda quer mais e mais. Tamborilar os dedos, esperar, ansiar, ver o tempo... não passar e sentir-se por pouco abater.

Send + End. Click, celular fechado. Já devo ter ligado muito, é melhor deixar pra lá, esquecer, fingir não ver, adormecer.



quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Réplica


Eu sinto uma paz por te deixar, acho que toda essa parafernália desgastante e caótica me tirou a vontade de ver o lado bom de tudo. Não vou cuspir no prato, nem dizer que não aprendi. Você me deu importância, apostou em mim. Eu honrei tudo o que disse e por muito tempo vesti a camisa, perdi o sono pensando numa forma de solucionar todos aqueles lastimáveis problemas. Cansei. Enjoei de tudo, da sua cara, do seu discurso politicamente correto, de você tentar me convencer ser a melhor pessoa do mundo, de ouvir você conspirando contra todos por baixo dos panos. Cansei de você.

Por tempos tentei amenizar e tentar imaginar que todos eram como você, e que pra onde quer que eu corresse isso iria acontecer. Mas não dá mais, é sério. Puta que pariu que vontade que eu tenho de te chutar o traseiro, cuspir na sua cara e te chamar de cadela. Mas quero manter a educação, os bons modos, o respeito. Vou jogar no seu jogo, te ouvir calado você tentar me fazer acreditar que estou errado, vou afirmar positivo com a cabeça. Te destruindo, decapitando, torturando em pensamento. Eu realmente estou de saco cheio de você.

Hoje eu parto de malas prontas. Quero deixar essas lástimas, angustias e indignações num poço escuro, amontoar de areia em cima. Apagar, esquecer definitivamente. Rumar num novo caminho. Não te desejo o mal, nem o bem. Que você faça sua sorte, e seja feliz se merecer. Até logo, tchau, adeus.

sábado, 3 de novembro de 2007

Venha

Amor. Venha, mas não faça o que me despedaça, e me amarga a boca. Eu bebi uma quantia sagrada de emoção, no seu cálice da vida. Amor, vem e me abraça, me enlaça, me emociona. Eu vivi tempos perdidos e sem ação, porém aprendi. Você é como um impresso colorido no meu mundo preto e branco. Minha, só minha! Paixão. Me aquece a alma, me ensina as coisas do mundo. Tenta, mas não me domina. Sonha comigo, brinca comigo. Roda gigante, maçãs do amor, mãos dadas num parque de diversão. Vem amor, me fascina, mulher madura com alegria de menina. Me faz ser teu, como você é minha.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Irônico


Eu fui melhor que você. Querendo ou não eu sei que você tem uma raiva tremenda guardada em algum lugar do seu peito, ou tem uma foto minha colada na parede que você joga dardos todo dia de manhã antes de ir ao banheiro lavar o rosto. Eu fui melhor que você, assuma. Eu agi sorrateiro e na hora certa. Você é metódico demais, eu sou frio e calculista, planejo todas as minhas ações, mas sei ligar o foda-se e não dar tanta importância. Os seus anos de experiência e seu jeito padronizado de pensar no mundo não foram páreos para minha forma não convencional de viver a vida.

Pois é, essa minha cara de menino perdido, idiota, e esse meu jeito atrapalhado. Você não esperava que eu fosse ganhar. Assuma, você perdeu pra mim. Perdeu um prêmio que eu desfruto, saboreio. Eu vejo no seu olhar o quanto você queria estar no meu lugar. O seu discurso barato, perceptível, quase que tirado do wikipedia ou de livros de romance tipo Sabrina, não chegaram aos pés dos meus comentários idiotas, das minhas investidas certeiras, do meu jeito descontrolado, que pra você não passavam de atitudes e pensamentos infantis.

Chupe o dedo. Morra de inveja, deseje entrar no meu corpo. Observe minhas ações, aprenda comigo, eu não sou um ser abduzido de outro planeta e jogado aqui. Eu sou homem. Eu sei ser homem, sei falar a coisa certa na hora certa. Era pra você saber também. Moço letrado, pós-graduado, poliglota. Te faltou prática, banhos de chuva, colar na prova, jogar bola e estourar o tampão do dedo, ver desenho animado, ficar com calos no dedo polegar de tanto jogar videogame. Te faltaram futilidades necessárias, malandragem. Você é certinho demais. Eu não forço ser o que não sou. Assuma. Você perdeu pra mim, e nesse jogo você não pode resetar, reiniciar, começar de novo.







segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Tragédia


Eu a esperava como de costume, sentado na cadeira de madeira com os pés apoiados na base da mesa. Goles em um uísque barato e alguns tragos de cigarros. Devagar, quase que imperceptível eu deslizava meu dedo indicador na borda do copo e prestava atenção nas conversas alheias.

O lugar era meio que um inferninho, luz fraca e amarelada, cadeiras e mesas de madeira estrategicamente posicionadas a sobrar um pequeno espaço, onde os garçons se esquivam pra passar. Ao fundo, copos mal lavados e amontoados dentro de uma fôrma de bolo que agora servia de escorredor. Garrafas de bebidas, muitas garrafas de bebidas faziam a decoração da parede de fundo.

O relógio tornou-se meu fiel companheiro desde que o casal de lésbicas havia ido embora da mesa ao lado, deixando-me extremamente curioso com a possível descoberta de uma nova forma de dar prazer à companheira. Passaram-se cerca de trinta ou quarenta minutos. O uísque desceu ao fundo e retornou ao topo novamente graças à agilidade de um dos garçons.

Eu contava carros pra ver se o tempo passava, foi divertido no começo, já estava no número cinqüenta e alguma coisa, quando um babaca parou na minha frente e eu perdi as contas, minha vontade era de matar aquele idiota, como que em apenas alguns segundos ele estraga toda minha contagem. Dois ou três cigarros apagados colocados perfeitamente na posição vertical, formando colunas. A fumaça dançava diante dos meus olhos, e depois de alguns goles o efeito que isso fazia era no mínimo psicodélico.

Uma ou duas horas depois. O dono do bar começa a descer as portas e os garçons a erguer as cadeiras. Apenas duas mesas ocupadas, eu sou o único não acompanhado. Ela está atrasada, eu já havia deduzido isso muito tempo atrás, mas estava insistente em esperar. Os carros já não passavam com tanta freqüência, já não havia muita coisa a fazer. Paguei algo pra beber pro morador de rua em troca de dez minutos de conversa. As demais mesas estavam todas com cadeiras penduradas de cabeça para baixo.

Um carro encosta do outro lado da rua. Parece ser o dela. Meu Deus, será que ela chegou ? Eu olho para um dos quadros da parede e fixo meu rosto naquela direção. Não quero que pareça que eu estava ansioso ou louco pra ela chegar. Viro o rosto em direção à rua e o coloco no lugar quase que no mesmo instante. Tinha alguém ligando o alarme, mas não deu pra ver quem era. Foda-se! Vou olhar, e ainda vou discutir com ela, isso mesmo, vou gritar e falar que isso é uma tremenda palhaçada. Onde já se viu, duas horas e meia de atraso. Sinto que alguém está chegando. Já não quero mais saber, eu estou puto da vida e vou rasgar o verbo agora. Uma sombra se projeta no chão, sinto uma mão tocar levemente no meu ombro apertando com firmeza antes de largar.

- Oi amor.
- Oi!
Ela me dirige um olhar profundo é a voz trêmula:
- Tenho que te contar uma coisa.
- Pode falar.
- É sobre sua mãe.
- O que tem a minha mãe? Fala.

Agora já não escutava nada com clareza, não conseguia enxergar direito, as poucas palavras que consegui distinguir entraram no meu ouvido numa rotação abaixo do normal.

- Ela não resistiu. Temos que ir.







quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Conflitos


Levante desse chão e me enfrente. Não ferre tudo que você conseguiu se atirando nesse abismo incontrolável, chamado por muitos de dor. Eu sei tudo o que você passou e o que está passando. Por um minuto me escute, mas me escute de verdade, porra! Cansei de gastar o meu não tão extenso vocabulário, tentando aliviar todas as suas frustrações. Isso me deixa fudidamente agoniado.

Não desvie o olhar, somos eu e você. Você quer ou não ajuda? Pare de cantarolar essas melodias subliminares enquanto eu estiver falando. Por mais que pareça o fim do mundo, é melhor você estar nele, a desconectar sua alma por fatos que serão reconstituídos ao longo dos anos. Aceita, porra! Imagine que tudo seja feito em degraus, e você caiu alguns, mas pode subir novamente. Vamos, levante desse chão imundo e lave o rosto na pia. Você é melhor do que isso. Desembace o espelho e abra os olhos. Consegue ver? Este é Você. Este sou eu. Somos nós.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Desejos

Hoje eu to pra ouvir musica romântica e beijar por horas adentro de olhos fechados. Hoje eu quero brincar de passear minhas mãos entre suas curvas e sentir você. Quero eu e você, casa de praia, janela de madeira, vista pro mar. Quero cobertor, brisa, vinho e queijo. Quero te contar meus planos, ouvir os seus e torná-los nossos. Quero minha mão na sua nuca, entre os seus cabelos. Quero me ver no azul dos teus olhos. Quero você.








quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Laços de Sangue

Estávamos eu e você naquele carro, sabe-se lá de que ano, muito menos de que marca. A estrada tinha poucas curvas, e a paisagem era tão bonita que era difícil de acreditar ser real. Minha poltrona estava reclinada e eu encostava os pés no vidro da frente, e ele logo se embaçava e você me olhava com um olhar irritado, o suficiente para me fazer entender a mensagem. O silêncio era tremendo, um longo e profundo calar que só fazia-se ouvir motor e pneu em atrito com o asfalto. O céu era de um tom azul, com algumas partes em rosa claro, havia nuvens carregadas ao longe, que denunciavam vir chuva no caminho. Eu continuava em silêncio, ouvindo aquela canção de um homem norte americano que balbuciava palavras sobre uma melodia levada por um ukulele.

Você sem que eu imaginasse soltou uma palavra, e era sobre uma indústria a qual havíamos passados a uns quinhentos metros atrás, me disse que o dono era antigo proprietário de um sítio pequeno e que com uma visão de futuro e empreendedora construiu todo aquele patrimônio. Eu fingi não me importar, dei com os ombros e continuei a correr os olhos na estrada esperando o próximo assunto. O gelo realmente tinha se quebrado, e você agora já tagarelava sobre raças de gado, piscicultura em represas, motoristas barbeiros, pontes, atalhos, puteiros escondidos, formas de se ganhar mais fácil no jogo de damas, sobre ter tocado clarinete em uma banda e até mesmo de ter viajado de bicicleta em cinco pessoas durante três dias sem rumo algum e por mais que eu quisesse fingir não estar nem ai, meus ouvidos estavam absolutamente atentos a cada palavra.

Gota a gota uma pequena chuva se tornou uma tempestade e não enxergávamos um palmo além do vidro, você estacionou. Viramos a fita que tocava no som, a música era desconhecida pra mim, mas parecia algo meio folk-rock. Não demorou mais do que trinta minutos e já estávamos de volta na estrada, eu abri todo o vidro e você me olhou surpreso, estiquei a mão para o lado de fora do vidro e as gotas batiam na palma e escorriam aos poucos, sentia uma sensação de ter a mão fuzilada por minúsculas partículas que não causavam dano algum e ao mesmo tempo impressionado por voltar a mão para dentro do carro e ver que ela permanecia seca. Você é claro me explicou todas as possíveis teorias para que aquilo ocorresse e eu dei com os ombros sem me importar. Avistamos um posto ao longe, e eu olhei nos seus olhos pelo espelho retrovisor, você fingiu não ver, mas eu insisti, apontei e te pedi para parar. O posto parecia estar inabitado há séculos, lembrava velhos filmes de faroeste, cidades fantasmas ou desertas. Havia uma espécie de bar, e atrás do balcão um velho escutava uma música caipira num rádio de madeira numa das poucas rádios que deviam alcançar o local. Tomamos um café amargo, trocamos uma ou duas palavras e voltamos para o carro.

Na época, eu devia estar completando doze anos, me achava o dono da razão e nunca imaginaria o quão bom são as suas histórias, suas formas de interpretar as mais diversas situações, contornando tudo com um humor sincero e nada exagerado. Vi isso a tempo de ainda poder aproveitar isso tudo com você, te roubar emprestado todo seu conhecimento, imaginar suas histórias, viajar com os seus sonhos, viver na sua vida. Afinal somos filho e pai, dividimos nossas vidas.


terça-feira, 28 de agosto de 2007

Nada

Hoje eu tirei o dia pra lembrar de você. Revirei todos aqueles papeis que você escrevia e insistia em guardar junto com os meus, vi as fotos que sobraram ao incêndio causado propositalmente por mim, lembrei das cenas boas, dos dias de chuva, do jeito que você ria de tudo, da forma que pensava ser a melhor do mundo. Lembrei do cheiro daquela gororoba que você fazia com café e biscoito de maizena no copo de requeijão e eu implorava sempre por mais um pouco. É hoje eu realmente lembrei de você.

Dessa vez sem propósito algum, sem sorriso, sem lágrimas, sem porra nenhuma, mas lembrei, retrocedi, voltei no tempo. Vi em trechos o dia em que eu cuidei de você no hospital e seu nariz cheirava a podre, a sangue pisado, há um pouco de muita coisa ruim. Lembrei de ter te dado comida na boca e tentado fazer você acreditar ser a mulher mais linda do mundo mesmo com todos aqueles curativos absurdamente encharcados de sangue enfiados em suas narinas.

Muita coisa se perdeu, e eu não sinto absolutamente nada. Não quero coisa alguma com isso, pra falar a verdade não estou interessado se você vai ou não ler o que está escrito, mas sinceridade e algo que sempre corre em minhas veias e hoje eu realmente lembrei de você. Não quero saber por onde você anda, quem são seus novos amigos, quem é o seu novo amor, eu definitivamente não tenho intenção nenhuma. Agora entendo perfeitamente quando você dizia que quando o tempo passa, coisas que pareciam ser extremamente importantes tornam-se normais, até menos que normais, acho que é a sensação é de algo parecido com ver alguém que você não conhece no ônibus, piada sem graça, refrigerante sem gás ou sexo sem tesão.
Eu não preciso guardar mais nada, nem papéis, nem fotos, nem vídeos, nem porra nenhuma. Já não faz diferença, já não tem mais propósito. Antes isso me causava uma sensação horrível, algo tipo como ser o verme do cocô do cavalo do bandido, mas agora é tudo tão inferior ao neutro, é tudo tão...nada.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Mudanças

O tempo passa, as coisas mudam, o que foi dito, escrito, lido, toma sempre um novo rumo, que pode servir facilmente para novas ocasiões e deixar de ter veracidade em muitas outras. Não que eu mude facilmente de opinião, mas prefiro ser um tanto quão maleável a ser um burro empacado na ponte. Imagine que chato seria o mundo se tudo fosse a mesma coisa todos os dias, receber o mesmo bom dia da mesma pessoa, da mesma forma, andar pelos mesmos lugares, sentir os mesmos aromas, os mesmos sabores, tudo igual, todos os dias. Eu realmente prefiro que tudo mude, que o mundo gire, que as teorias caiam, que o certo vire errado, e o contrário também, não tenho vergonha, e até prefiro dizer que pensava de uma maneira e agora acho que é tudo totalmente diferente. Confuso? Porque não? Eu quero é ter dúvidas, aflições, ansiedades, perturbações, eu acho que é assim é que se cresce, assim é que se vive.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Adeus


Eu não sei como tudo se tornou tão extraordinário para você e ao mesmo tempo tão monótono para mim. Acabou. Eu não quero saber se isso te deixou triste, impaciente ou se te fez cair lágrimas. Não há porque de um último beijo, uma última transa, não há desejo, muito menos amor. Nós passamos tão pouco tempo juntos, e o que era mais ou menos interessante se tornou cansativo e sem sabor. Eu não te culpo por me ligar de madrugada chorando, por me chamar de estúpido, ridículo e atirar todas suas lamentações em minha direção. Não há palavras a serem ditas, nem mesmo objetos esquecidos, portanto não me venha com esse mundaréu de desculpas esfarrapadas por que não nós veremos mais.

Fique com meus amigos, freqüente os meus lugares favoritos, faça da sua vida o que bem entender, e pelo menos por agora não tente ser minha melhor amiga. Me deixe em paz. Eu preciso descobrir novas pessoas, novos lugares, novos amores. Você não vai morrer, isso passa. Acorde cedo, regue as plantas, dê comida pro cachorro, que por sinal é chato pra caramba. Ocupe seu tempo, mas por favor não pense em mim, nem em tudo que passou. Não tente me fazer ciúmes, isso já se tornou cômico. Faça aquelas coisas que dizia morrer de vontade e nunca tinha tempo. Visite seus parentes, e não ligue de dizer que acabou quando eles perguntarem por mim. Transe. Procure meu corpo em outros corpos. Eu sou mais um dentre tantos outros.

domingo, 8 de julho de 2007

Desencana


Senta que eu vou te mostrar como tudo funciona. Eu estou pouco me fudendo com a marca do seu sapato, do seu carro, das suas roupas, eu até prefiro você sem elas. Eu não te amo. Eu não me importo de você conhecer o mundo, de falar mais de dois idiomas, de ser inigualavelmente linda e sempre dizer a coisa certa no momento exato. Eu não dou a mínima pros seus mimos, picuinhas e vontades. Não ligo quando você dorme quando eu estou louco por mais sexo. Não me importo de te levar na minha casa, de dizer que a válvula da descarga está quebrada e você vai ter que usar o balde. Não me importo quando você diz que está feia, gorda ou com a cara cheia de espinhas. Eu realmente não amo você.

O seu beijo continua sendo uma viagem de cinco ou mais minutos. Você realmente me excita. Gosto das longas e divertidas conversas madrugada adentro, de tirar sua roupa, do jeito que você segura a minha nuca quando goza e do seu cheiro que você deixa no meu travesseiro quando vai embora. Eu não amo você. Não penso em casar, ter filhos, construir família, nem em porra nenhuma que casais apaixonados planejam durante anos até terminarem. Para mim tanto faz te ver todos os dias ou apenas aos fins de semana. Eu não importo que você saia só com as suas amigas, que encha a cara, fique com outro e volte bêbada pra casa. Desencana. Eu não penso no futuro, eu quero o hoje, o momento, o agora.