quarta-feira, 20 de agosto de 2008

O Pedido


Você me acordou e percebi na sua feição que havia algo a ser dito. Respondi sorrindo com o canto esquerdo dos lábios, você fechou os olhos. Havia algo estranho, uma sensação nunca vista preenchia todo o quarto como uma imensa fumaça de dúvidas, vontades e intenções. Percorri seu corpo com meus olhos em busca de perguntas sem respostas, mas você se encolheu aos poucos até se cobrir por completo. O silêncio era quase que completo, assim seria se não fossem nossas respirações. Seu cabelo caiu aos olhos e me tirou a visão completa do seu rosto. Deslizei minhas mãos por suas costas, acaricie seus cabelos.

Você virou o rosto de supetão e a luz que entrava pela fresta da janela refletiu nos seus olhos emitindo um brilho fantástico. Soprei seus cabelos até que eles mais escondessem seus olhos. Olhei fixadamente por um tempo. Uma frase me veio à boca, engoli a seco. Você percebeu. Envergonhei-me, devo ter ficado com as maças do rosto vermelhas. Senti que sua mão acariciava meu rosto. Era a hora, o exato momento. Eu sabia. Estávamos só eu e você, não tinha como não ser agora.

- Namora comigo?

Você sorriu uma risada dessas escancaradas, apaixonada, a qual eu não quero largar jamais.